Esta é a dúvida que todo ano surge acerca da letra do Hino à Bandeira, haja vista circularem versões contendo as duas expressões.
O Hino à Bandeira surgiu de um pedido feito pelo Prefeito do Rio de Janeiro, Francisco Pereira Passos, ao poeta Olavo Bilac para que compusesse um poema em homenagem à Bandeira, encarregando o professor Francisco Braga, da Escola Nacional de Música, de criar uma melodia apropriada à letra. Em 1906, o hino foi adotado pela prefeitura, passando, desde então, a ser cantado em todas as escolas do Rio de Janeiro. Aos poucos, sua execução estendeu-se às corporações militares e às demais unidades da Federação, transformando-se, extra-oficialmente, no Hino à Bandeira Nacional, conhecido de (quase) todos os brasileiros.
Salve lindo pendão da esperança!
Salve sÃmbolo augusto da paz!
Tua nobre presença à lembrança
A grandeza da Pátria nos traz.Recebe o afeto que se encerra
em nosso peito juvenil,
Querido sÃmbolo da terra,
Da amada terra do Brasil!Em teu seio formoso retratas
Este céu de purÃssimo azul,
A verdura sem par destas matas,
E o esplendor do Cruzeiro do Sul.Recebe o afeto que se encerra
Em nosso peito juvenil
Querido sÃmbolo da terra
Da amada terra do Brasil!Contemplando o teu vulto sagrado,
Compreendemos o nosso dever,
E o Brasil por seus filhos amado,
poderoso e feliz há de ser!Recebe o afeto que se encerra
Em nosso peito juvenil
Querido sÃmbolo da terra
Da amada terra do Brasil!Sobre a imensa Nação Brasileira,
Nos momentos de festa ou de dor,
Paira sempre sagrada bandeira
Pavilhão da justiça e do amor!Recebe o efeto que se encerra
Em nosso peito juvenil
Querido sÃmbolo da terra
Da amada terra do Brasil!
O Boletim do 1º Trimestre de 1906 da Intendência Municipal, publicado pela Diretoria Geral de PolÃcia Administrativa, Arquivo e EstatÃstica, da Prefeitura do Rio de Janeiro, apresenta a letra e a partitura do Hino à Bandeira, como resultado das gestões de Francisco Pereira Passos. Nessa publicação aparece a palavra juvenil.
A 2ª edição do livro “A Bandeira do Brasil”, de Raimundo Olavo Coimbra, publicada em 1979 pelo IBGE, em sua página 505, publica o hino com a palavra juvenil no estribilho.
Não existe nenhum ato oficial do governo federal adotando ou modificando a letra do Hino à Bandeira. Assim, concui-se que a palavra “juvenil” é a correta, uma vez que assim consta na publicação mais antiga do hino que se tem notÃcia e considerando, ainda, a inexistência de qualquer ato oficial do governo federal acerca do assunto. Mas de onde vem essa história de “varonil”? Provavelmente porque as pessoas envelhecem e não se sentem mais “jovens”, então substituem o juvenil por varonil.
E ainda tem um complicador. A letra do Hino da Independência, composta por Evaristo da Veiga (a música é de D. Pedro I, o próprio). Mas tem também essa confusão entre “juvenil” e “varonil”. A versão original tem uma estrofe assim:
Parabéns, ó! brasileiros!
Já, com garbo varonil,
Do universo entre as nações
Resplandece a do Brasil.
Do universo entre as nações
Do universo entre as nações
Resplandece a do Brasil.
Já na versão da Fundação Victor Civita (aqui tem as duas versões, além do Hino à Bandeira original), há uma palavra trocada:
Parabéns, ó brasileiros,
Já, com garbo juvenil,
Do universo entre as nações
Resplandece a do Brasil.
Do universo entre as nações
Do universo entre as nações
Resplandece a do Brasil.
Fonte: Noticiário do Exército n.º 9352, de 04 de fevereiro de 1998
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